Ontem aconteceu o evento de Virtualização da Novell na primeira cidade brasileira: Rio de Janeiro.
Houve palestras ótimas da HP, AMD, Novell, e outros parceiros da Novell.
Roberto Brandão da AMD mostrou os detalhes arquitetônicos de seus novos processadores AMD-64 (Opteron). Gráficos esclarecedores sobre como os bits trafegam entre chipset, CPU, RAM, etc. Muito convincente. Contou também que o quadcore da AMD é o primeiro produto líder de mercado da companhia, com mais de 50% de share. Seus quadcore são realmente quatro CPU completas embutidas num chip só, incluindo gerência de memória autônoma, etc. Segundo ele, isso é mais difícil de fazer (mas traz melhores resultados de processamento e consumo de energia) do que a abordagem de dual-dual-core (dois dual core no mesmo chip), do concorrente, que não citou o nome.
Se eu tiver sorte, ele vai passar aqui no meu blog para contar mais. Roberto foi também o que mais se aprofundou nos detalhes da nova paravirtualização, e quase me deixou sem palavras. Eu tinha a pretensão de ser o único a dissecar este assunto…
Roberto contou que as novas versões do AMD-V vão ter novidades para I/O, e que estão melhorando o processador para que a virtualização tradicional (sem paravirtualização) seja mais eficiente. Obviamente essas características poderão ser aproveitadas por hypervisors de paravirtualização também.
Alexandre Gourdard da HP mostrou os blades e as abordagens que a HP tem para virtualização, tanto em Linux, Windows e HP-UX. Foi bastante focada em hardware e em serviços de gerência.
Richard Doll da Novell fez algumas apresentações. A mais interessante foi sobre o acordo com a Microsoft, e seus pontos de colaboração: (para) virtualização, gerência de identidade e federação de diretórios, formatos de documentos, administração de sistemas (integrando o Windows Updates com soluções da Novell), etc. Claro que a Microsoft quer engolir o mercado de Linux e vice-versa. Ninguém vai para o céu aqui (nem a comunidade Open Source). Mas acho que essa parceria tem pontos positivos.
Eu entrei envorgonhado porque os apresentadores antes de mim já tinham falado praticamente tudo que se podia falar sobre virtualização. Bem, virtualização de hardware somente. Mostrei a linha do tempo desse tipo de virtualização, como a IBM criou esse conceito em 1967, e até 1998 (ano de surgimento da VMWare) era a única que fazia isso. Até 2003, o ano que mudou tudo com a criação do Xen, e a reinvensão da Paravirtualização.
Mostrei os dados do Gartner que mostravam as “10 hipest technologies” para os próximos 18 a 36 meses, que tem virtualização no topo, seguido por Grid e SOA (que nada mais são do que formas diferentes de virtualização). Linux para aplicações importantes aparece em sétimo lugar.
Falei sobre virtualização de storage com o SAN Volume Controler, mostrando os benefícios em relação ao SAN tradicional.
Claro, falei sobre Xen explicando as diferenças em relação a virtualização tradicional. É incrível como todo mundo fala sobre Xen, mas não explica como e porque a parvirtualização é melhor. Acredito que se os defensores do Xen não deixarem isso claro na cabeça das pessoas, elas não vão comprar a idéia. É importante ressaltar isso.
Nas minhas tradicionais viagens filosóficas, depois de mostrar o Xen e seus benchmarks, levantei o seguinte: se a paravirtualização traz uma série de benefícios operacionais, a praticamente nenhum custo de performance, por que agora não podemos virtualizar a totalidade de nosso datacenter? Não só as pequenas instalações, mas também os grandes DBs, etc que geralmente são instalados em máquinas dedicadas. Serão máquinas paravirtuais rodando sobre um hardware dedicado. Isso é factível principalmente agora que o VMWare e virtualização da Microsoft implementarão paravirtualização também.
Fiz questão de ressaltar ao longo da apresentação que virtualização vai muito além do hardware. De fato, as virtualizações mais vantajosas, que trazem os melhores benefícios, são os que fazemos no nível do software. Isso levou a entrar no tema da virtualização invertida: Grid e SOA, onde a aplicação é maior que um computador (na virtualização de hardware, o computador é maior que a aplicação). O ponto aqui é repensar a forma como as aplicações são arquitetadas, modularizá-las, componentizar, e usar middleware para simplificar e “virtualizar” a infraestrutura. Parece que só eu falei sobre estes pontos.
No fim do evento vários clientes, parceiros, meu ex-chefe e o pessoal da Novell me comrpimentou dizendo que fiz a melhor apresentação.
Fiquei lisongeado e orgulhoso. Principalmente quando todas as outras apresentações foram tão boas.
Confira se o evento vai para sua cidade, e venha. É gratuito.
Arquivo da apresntação em ODF (5.1 MB) para OpenOffice.org e outros e em PDF (7.4 MB).